Exposições Campanhas Institucionais e Comemorativas
Curadoria Robert Richard
Os pequenos textos apresentados sobre as imagens são trechos de apresentações com a colaboração de PATRICIA CICARELLI - Jornalista, escritora, cronista e
divulgadora cultural - patriciacicarelli@uol.com.br / Apenas aqui algumas imagens estão representadas do conjunto de exposições temáticas
Fotos: Robert Richard, Eduardo Grigaitis, Sheila Oliveira e Ronaldo Mafra
DE OLHOS VENDADOS / Museu Barão de Mauá, Casarão Brasil, Boulevard das Artes, Estações Metrô SP - Dedicada aos deficientes visuais, a exposição DE OLHOS VENDADOS, que foi concebida em sua primeira edição, em 2009, para comemorar os 200 anos de criação do Método Braille, foi reeditada para proporcionar às pessoas a oportunidade de terem uma experiência tátil - ampliar o olhar de cada uma para o significado da visão, muitas vezes intangível a todos.
DE OLHOS VENDADOS é uma exposição cuja trajetória tende ao circular e se desdobra além do linear para se reiniciar numa forma dimensional expandida em que sentidos e elementos se fusionam - o toque, o olhar, o som, o movimento e todas as relações sensoriais -, libertando quem interage dos limites elementares do começo e do fim de cada obra, como se elas fossem ao mesmo tempo a parte e o todo, assim como a circularidade do tempo
À medida que se avança para o interior da exposição, cada visitante passa – além de percorrer o percurso original -, a traçar um outro caminho que o seu próprio avançar desenha, como se seu corpo fosse um lápis a fazer a intersecção entre o contorno do traçado da exposição e o seu interior, avançando rumo às outras obras. Ao serem tocadas, interagidas, surge o som como elemento libertador do gatilho que liga sensorialmente o expectador à obra
Cada edição da exposição é organizada com um percurso diferente, porém que conduz à abstração total. Ao entrar nesse percurso, as peças marcam um contorno que compõem a periferia da exposição, como se fosse o prólogo de um livro. As esculturas que representam os “livros” na mostra são biombos, rodas, chocalhos e outros que vão construindo uma trajetória em movimento rotatório, lúdico – uma alusão ao círculo
MÃO DA AMÉRICA / Memorial da América Latina, Prédio dos Correios SP - Exposição comemorativa ao Centenário do Arquiteto Oscar Niemayer
A Fundação Memorial da América Latina realiza a exposição Mãos da América, uma homenagem ao 103º aniversário do grande arquiteto Oscar Niemeyer, na Galeria Marta Traba. Artistas brasileiros e latino-americanos participam da mostra, interferindo numa miniatura da obra a Grande Mão, criação escultórica do arquiteto, localizada na Praça do Por do Sol da Fundação que se tornou símbolo internacional da identidade latina.
“Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein.”“. Oscar Niemeyer
Durante 100 anos de vida, Oscar Niemeyer realizou obras singulares como o conjunto da Pampulha --projeto pioneiro de novas faces da arquitetura no mundo--, o Edifício Copan, o conjunto do Parque Ibirapuera e a criação de Brasília (ele trabalhou no plano piloto com a equipe de Lucio Costa). Entre seus projetos mais recentes estão o Sambódromo, o Memorial da América Latina e o Museu de Niterói
PARTINDO PRAS CABEÇAS / Polo Cultural Boulevard das Artes SP- Exposição instigante voltada as áreas da psiciologia, comportamento e do mental
O que tange a sanidade e a loucura é a “não fronteira”. Transitamos nos limítrofes destes estados mentais e, aos nossos olhos, nem sempre é possível perceber em qual dos hemisférios nos situamos. Talvez por isso a arte nos encante, nos cause sensações profundas, nem sempre possíveis de serem externadas. Há uma beleza estética que nos toca e nos transporta para um território de prazer que só precisa ser percebido
Essa mostra, mais que reunir esculturas incríveis, revela em cada “cabeça” um esboço do próprio interior do homem, às vezes como parte isolada, às vezes como totalidade. O que importa é que viver é partir pras cabeças, criar novos momentos e recriar antigos caminhos. Tudo está dentro de nossas cabeças, como pequenas peças que podem fazer ou não sentido. Depende de como as unimos
A arte une o que é concreto e confere à forma o real, que nessa mostra está PARTINDO PRAS CABEÇAS, numa poética mental e sensível. As esculturas dessa exposição escancaram a beleza, representada em criaturas, cujos criadores se permitiram esculpir cabeças que habitavam suas mentes, sem sequer terem existido